domingo, 19 de maio de 2013

Caminhos para o ensino superior

 

                                                                             Foto: PA
 
O actual contexto de rápida mudança social, económica e tecnológica está na causar grandes desafios ao ensino superior público e privado, sobretudo nos países desenvolvidos e nas chamadas "economias emergentes". É uma situação que está a obrigar a uma profunda reestruturação deste sector e a reposicionamenteos estratégicos dos estabelecimentos de ensino superior em relação às características das sua oferta formativa, ao financiamento da sua actividade, à integração em redes internacionais, à empregabilidade dos seus cursos, à concorrência e à pressão dos "rankings" nacionais e internacionais, à forma como se relacionam com todos os seus parceiros, entre outros desafios. Portugal não se pode afastar desde debate. E sobre este tema o grupo editorial Pearson elaborou um excelente trabalho para o "think tank" Institute for Public Policy Research (UK), designado por "An avalanche is coming - Higher education and the revolution ahead", onde propõe cinco possibilidades de desenvolvimento estratégico dos estabelecimentos de ensino superior: (i) as universidades de elite; (ii) as universidades de massas; (iii) as universidades especializadas; (iv) as universidades locais; (v) as universidades orientadas para o "lifelong learning", acrescentando ainda o seguinte:

"Each university needs to be clear which niches or market segments it wants to serve and how. The traditional multipurpose university with a combination of a range of degrees and a modestly effective research programme has had its day.

The traditional university is being unbundled.


The pressure of competition on universities is greater than ever, not just because of the global competition between them, but also because a range of new players like MOOCs provider Coursera, skill-educator General Assembly and consultancies that develop people and produce cutting edge research, are now stepping up to compete with various specific functions of a traditional university.

 
Governments will need to rethink their regulatory regimes which were designed for a new era when university systems were national rather than global. In the new era, governments need to face up to big questions – how can they fund and support part-time students? Should a student who takes courses from a range of providers, including MOOCs, receive funding on the same basis as any other student? How can government incentivise the connection between universities, cities and innovation? In an era of globalisation how do governments ensure that universities in their country continue to thrive? How can meritocracy be ensured? ".

E concluem o seguinte "there are three fundamental challenges facing systems all round the world: (1) How can universities and new providers ensure education for employability? (2) How can the link between cost and quality be broken? (3) How does the entire learning ecosystem need to change to support alternative providers and the future of work?".


Neste quadro de referência que estratégias de afirmação irão ser seguidas, ou reforçadas, no curto-médio prazo pelos estabelecimentos de ensino superior portugueses? Iremos assistir a fenómenos de fusão/concentração e ao desaparecimento de alguns estabelecimentos de ensino? Num sector bastante regulado como este que  "espaço" existe para a implementação de politicas de inovação e de diferenciação?



P.S. - Sobre este assunto veja também aqui o artigo "2020 Vision: A dual strategy for European business schools" de Stéphanie Dameron e Thomas Durand.


 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Conferência: " A CPLP na era da globalização", por Carlos Lopes (ONU)



Carlos Lopes (Guiné-Bissau) é um destacado funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU), ocupando actualmente as funções de  Secretário - Executivo da Comissão Económica para África (ECA) da referida organização. É também Presidente do Conselho Geral do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.  Carlos Lopes vai estar em Lisboa, no próximo dia 13 de Maio, pelas 18h00, para proferir uma conferência intitulada “A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) na era da Globalização”, que se realiza na sede da CPLP, Palácio Conde de Penafiel, Rua de São Mamede (ao Caldas). Um tema muito oportuno, face aos desafios actuais que se colocam à CPLP.

domingo, 5 de maio de 2013

"Notas Verbais": OMC. Dois na final, Portugal apoia candidato do Brasil



Via Notas Verbais,  blogue que está de "regresso" à blogosfera e que saúdo com simpatia, um ponto de situação da corrida à liderança da Organzação Mundial de Comércio (OMC), com o candidato brasileiro (na foto), Roberto Azevedo, na fase final, e contando com o apoio de Portugal, juntamente com o candidato mexicano, Hermínio Blanco.

P.S.1 - Veja aqui um post anterior sobre este assunto.

P.S.2 - Veja também aqui e aqui artigos do The Guardian sobre estas duas candidaturas.

P.S.3 - Roberto Azevedo ganhou a corrida para a liderança da OMC, ao contar com o apoio dos BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) e de um vasto grupo de outros países em desenvolvimento. Os EUA e  maioria dos países da União Europeia, ou de acordo com outras fontes a União Europeia em bloco, votou no candidato mexicano.  Trata-se de um enorme sucesso para a diplomacia brasileira que já tinha consigo recentemente a eleição de Jose Graziano da Silva para Director-Geral da FAO/ONU - o próximo desafio da diplomacia brasileira será a conquista de um lugar de membro-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas? Mas os resultados alcançados por candidatos oriundos de economias emergentes, ao nível das principais organizações internacionais - veja-se também os casos da ONU (liderada por um sul-coreano) e da  OCDE (liderada por um mexicano) -, estão também a modificar, de uma forma clara, a geopolitica destas organizações.