sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Estudo revela que a China já é percepcionada como a 1ª potência económica mundial

    Foto: Getty Images

Um estudo de opinião realizado pelo Pew Research Center, um centro de investigação norte-americano, em 14 países (EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Polónia, Rússia, Turquia, Egipto, Jordânia, Líbano, China, Japão, Paquistão e México) revela que cerca de 42% dos inquiridos têm a percepção de que a China já é a 1ª potência económica mundial, seguida dos EUA (36%), quando, de facto, este lugar ainda é ocupado pelos EUA. Em 2008, antes do início da crise financeira mundial, e neste grupo de 14 países, a opinião era diferente: 45% das pessoas inquiridas citavam o EUA como a 1ª potência económica mundial, contra 22ª que consideravam que este lugar já era ocupado pela China.
 
 
 Por outro lado, e conforme se pode constatar do quadro abaixo apresentado, “assessments of American economic power have declined over the last year, and views about U.S. economic strength have shifted dramatically over the last four years, especially in Western Europe, where China is now seen as the world’s economic leader. For example, in 2008, before the global economic downturn, 42% in Spain described the U.S. as the world’s leading economic power; just 24% said China. Today, only 26% name the U.S., while 57% think China occupies the top spot".
 
 
Por seu lado, a OCDE, num estudo recente, aponta a China como a principal potência económica mundial em 2016.

Estes factos permitem uma conclusão muito clara:  o mundo está a mudar e está a mudar muito depressa. A China vai ter um papel preponderante nesta mudança. Portugal vai ter que procurar rapidamente a melhor inserção nesta nova ordem económica e financeira multipolar.  Por isso, os próximos anos vão ser decisivos e esclarecedores! Até 2013!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Conselho da Diáspora Portuguesa e a Rede de Conselheiros para a Internacionalização da Economia Portuguesa


Por diversas vezes neste blogue (ver Etiquetas, separador "Diásporas"), tive a oportunidade de chamar a atenção para a necessidade das autoridades portuguesas definirem uma estratégia de envolvimento activo da diáspora portuguesa no âmbito da política externa nacional, sobretudo na sua vertente económica e comercial. Por isso,  saúdo e registo com especial satisfação o anúncio da criação do Conselho da Diáspora Portuguesa. Trata-se de uma excelente iniciativa que pretende envolver os mais destacados elementos da diáspora portuguesa  numa estratégia de aumento da visibilidade e credibilidade da imagem de Portugal no exterior e de reforço da capacidade de "lobby" portuguesa nos diversos países de acolhimento da nossa emigração. Recordo,  no entanto, que a 21 de Julho de 1999,  o ICEP (actual AICEP) e a Confederação Mundial dos Empresários das Comunidades Portuguesas (actual, Confederação Internacional dos Empresários Portugueses), constituiram a chamada Rede de Conselheiros para a Internacionalização da Economia Portuguesa (RCIEP) que já incorporava alguns dos objectivos hoje anunciados para o Conselho da Diáspora Portuguesa. No âmbito desta estrutura, foram nomeados por sucessivos governos, como Conselheiros para a Internacionalização da Economia Portuguesa, alguns dos  mais destacados gestores e empresários da diáspora portuguesa que, de um modo geral, se envolveram de uma forma bastante determinada e profissional nesse projecto (tive a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho de excelência desenvolvido pelo grupo de Conselheiros no mercado da Polónia). Por isso,  espero que este antigo "network"  venha a ser envolvido na iniciativa agora anunciada que julgo que deverá ter, claramente, uma maior abrangência,  e que seja também aproveitada toda a experiência adquirida no projecto RCIEP que teve "momentos altos" mas que, por vicissitudes várias, acabou por perder dinamismo e vitalidade.


P.S. - Sobre este assunto veja também o post "Portugal, um país sem mulheres ilustres" no blogue Vistas Largas.
 

A Amazon.com vai passar a vender vinho "on line" nos EUA

 
A Amazon.com, o  maior site mundial de vendas "on line"  anunciou a criação de uma "on line store" para o sector dos vinhos que vai estar disponivel, numa primeira fase, para 12 Estados dos EUA. Não é a primeira vez que a Amazon tenta desenvolver esta área de negócio. Já em 2000, havia avançado com um projecto nesta área - Wineshopper.com - que viria a falhar. Se esta nova iniciativa da Amazon.com vier a ter o sucesso que a empresa espera ter e que passará pelo alargamento da cobertura geográfica da referida "on line store" para outras partes do mundo, irá revolucionar o mercado mundial dos vinhos, sobretudo ao nível da estruturação e desenvolvimento dos diversos canais de distribuição deste produto. Um tema que merece ser acompanhado com atenção pelas empresas portuguesas exportadoras de vinhos! 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Argélia: mercado de elevado potencial na outra margem do Mediterrâneo



O Presidente francês, François Hollande iniciou ontem uma visita oficial à Argélia. É um momento muito significativo para a politica externa francesa, tendo em atenção as fortes interdependências existentes entre os dois países e as cicatrizes ainda existentes da luta de libertação da Argélia que opôs a França e os movimentos independentistas argelinos. François Hollande está acompanhado por 9 ministros, cerca de 30 grandes empresários, 90 jornalistas e também de uma comitiva bastante representativa de entidades ligadas ao sector da cultura e das artes (significativo também este último dado...a politica externa não se deve limitar ou até ficar refém dos sucessos ou insucessos da diplomacia económica).
No âmbito desta visita, a Renault anunciou que vai abrir uma unidade de montagem de automóveis na Argélia que irá produzir, já a partir de 2014, cerca de 25 000 automóveis/ano da marca Renault Symbol, uma viatura derivada da do Renault Logan. Do lado argelino, Issad Rebrab , líder do Grupo Cevital, o primeiro grupo privado do país com negócios no sector agro-alimentar, distribuição e material eléctrico e electrónico e uma facturação anual de 3 mil milhões de euros, refere que tem a firme intenção de realizar grandes investimentos em França, alguns deles em parceria com entidades do Qatar, pois  "L’Algérie n’a pas de problème d’argent. L’Etat et les entreprises sont mêmes en situation de surliquidités. Mais il nous manque la technologie et le savoir faire technique. Je souhaite racheter des entreprises françaises, qui ensuite transfèreront leur savoir-faire en Algérie. Pour autant, elles ne délocaliseront pas leur production, qui restera en France. En revanche, si elles sont en sureffectifs, elles pourront transférer une partie de leur personnel dans nos sociétés en Algérie" (estes objectivos não encaixam perfeitamente nos planos de expansão internacional de algumas empresas portuguesas?).
Em face deste quadro de referência, da existência de um grande e ambicioso plano de investimentos públicos que está a ser implementado neste país do Norte de África - "Tout le pays est en construction (...) Car Abdelaziz Bouteflika, le président algérien, a lancé un programme titanesque de grands travaux: 2,1 millions de logements, 4 500 kilomètres de routes, 2 200 kilomètres de voies ferrées, 17 barrages, 1.100 établissements scolaires, 300 hôpitaux...Soit 286 milliards de dollars dépensés entre 2010 et 2013...." -, e apesar de alguns condicionalismos existentes ao nível do ambiente de negócios local, não estará na altura dos agentes económicos portugueses voltarem a acompanhar com mais atenção o mercado argelino, a exemplo do que se verificou no passado recente?



P.S. - Sobre este assunto veja também este excelente artigo de Alexandre Kateb publicado no dia 18.12.12, no jornal francês "La Tribune", com o titulo "Pourquoi l' Algérie n' est pas encore une puissance émergente".


 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Escolas de gestão: mudanças de liderança e prioridades de desenvolvimento


Duas das principais escolas de gestão portuguesas mudaram recentemente de liderança. Refiro-me à ISCTE Business School que passou a ser dirigida por Mohamed Azzim e à Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa) que passou a ser liderada por Francisco  Veloso. Na actual conjuntura económica e com a crescente internacionalização das principais escolas de gestão internacionais, as duas instituições de ensino portuguesas têm importantes desafios no curto prazo.  A Yale School of Management passou recentemente por um processo semelhante, sendo agora dirigida por Edward Snyder que, logo que tomou posse, definiu um conjunto de prioridades para a sua escola que nos chegaram via blog de Juan Luis Manfredi e que passamos a apresentar de seguida:

"1. Una escuela de negocios debe especializarse. No cabe que un nuevo competidor ofrezca otra vez el mejor MBA, el mejor club de antiguos alumnos o el mejor campus. El margen de diferenciación en ese entorno es limitado. Hay que buscar otras áreas de desarrollo, probablemente vinculadas los sectores económicos propios del entorno.

2. El profesorado. Hay que diversificar perfiles y contenidos. Ni en la vida ni en los negocios todo gira en torno a las finanzas, el marketing o la economía real. Las escuelas necesitan contratar nuevos perfiles que expliquen cómo funcionan los mercados, las tendencias, los nuevos medios, la comunicación estratégica o la diplomacia corporativa. Esa diversidad enriquecerá la experiencia educativa.

3. La inteligencia económica. Una escuela de negocios debe ser un centro de estudios y análisis de las realidades económicas e industriales. Hay que aprovechar el impulso y los intereses académicos para realizar estudios prospectivos, conocer las dinámicas de cambio de una economía y mostrar el conocimiento. Es, además, la mejor carta de presentación ante los futuros alumnos y ante la industria.

4. La oferta académica no puede ser rígida. Este verano hemos visto el auge de los MOOC. Pero, en general, lo que vemos es un cambio absoluto en el sistema y los valores de la educación superior: la disrupción tiene causas concretas. Para una escuela de negocios, estos cambios pasan necesariamente por diversificar la oferta y ampliar los cursos a tiempo parcial, compatibles con otras actividades.

5. No existe nada parecido a ser global. Una empresa tiene que comenzar por países, zonas geográficas o destinos concretos. Según Snyder, es más interesante comenzar por países como Vietnam o Polonia antes que lanzarse al mercado chino. Éste es amplio y diverso, mientras que aquellos son mercados con población joven y con una alta demanda de bienes y servicios".

Serão algumas destas prioridades válidas para as escolas de gestão portuguesas? Parecem-me que sim, até porque a concorrência nesta área é bastante grande e estas escolas terão que apresentar factores de diferenciação face às suas congéneres nacionais e internacionais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ICEX (Espanha) – Ferramentas de apoio ao investimento directo no estrangeiro


Com o objectivo de apoiar as empresas espanholas interessadas em realizar operações de investimento directo no estrangeiro (IDE), o ICEX, organismo espanhol congénere da AICEP,  sistematizou recentemente no seu portal institucional um conjunto de informações bastante relevantes sobre o referido tema, a saber:

- Um directório das empresas espanholas com investimentos no estrangeiro.
- Um guia das principais agências internacionais envolvidas na captação e promoção do investimento estrangeiro, com informações sobre sistemas de apoios e incentivos ao IDE.
- Um simulador dos custos de instalação de empresas em mercados internacionais com dados bastante detalhados sobre todos os encargos relacionados com esse tipo  de operações.

Trata-se, efectivamente, de um conjunto de ferramentas bastante úteis para suporte e apoio à decisão das empresas espanholas interessadas em promover a sua internacionalização via investimento directo estrangeiro.