quinta-feira, 31 de maio de 2012

Manuela David Ferreira (1947-2012)

Foi com profunda tristeza que recebi ontem a noticia do falecimento, vitima de cancro, da minha amiga, ex-colega e ex-chefe Manuela David Ferreira. A Manela foi durante mais de 40 anos um destacado quadro da AICEP, tendo-se reformado há poucos anos. A Manela distinguia-se pela sua vivacidade, frontalidade, inteligência e pela forma profissional, empenhada e dedicada que colocava em tudo o que fazia. Ainda na altura do Fundo de Fomento de Exportação, entidade que mais tarde deu origem ao ICEP (Instituto de Comércio Externo de Portugal), esteve envolvida nas primeiras iniciativas de promoção internacional do têxtil e do vestuário português e mais tarde, no inicio da década de 90 do século passado, foi um elemento muito relevante na execução do PEASE (Programa Especial de Apoio ao Sector Exportador) e na abertura e prospecção dos mercados da América Latina para as empresas portuguesas, juntamente com Manuel Gaeiras. Mais recentemente, dinamizou, em cooperação com o INFARMED e a APIFARMA, um dos melhor conseguidos e estruturados planos de promoção internacional de uma fileira produtiva: o projecto Pharma Portugal, ao qual dedicou muito do seu tempo e da sua larga experiência, juntamente com Rui Loureiro (INFARMED), e que envolveu empresas e entidades da Fileira da Saúde e da Biotecnologia. Mas a Manela era, sobretudo, uma grande  e solidária amiga que vai deixar-nos uma grande saudade. Até sempre Manela!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

II Cumbre de Internacionalización: apresentadas propostas para melhorar a competitividade externa das empresas espanholas


No passado dia 24 de Maio,  a "Asociación de Marcas Renombradas Españolas" organizou juntamente com  o "Club de Exportadores e Inversores Españoles" e a  "Asociación Española de Directivos",  a "II Cumbre Empresarial de Internacionalización", num acto que foi presidido pelo Príncipe das Astúrias.

Um documento que, na opinião dos seus autores, pretende ".....Por una parte llamar la atención a la sociedad española, al Gobierno y a los partidos políticos sobre el papel crucial que puede y debe jugar el sector exterior en la superación de la profunda crisis económica en la que estamos inmersos. En segundo lugar, resaltar la necesidad de que se adopte una política de Estado para potenciar la competitividad internacional de nuestras empresas y de nuestro capital humano. Para que el sector exterior de la economía española aporte soluciones a los problemas económicos del país, es necesario que se instrumenten políticas económicas, presupuestarias y regulatorias que afronten los problemas que aquejan las empresas en su actividad exterior y posibiliten el crecimiento de la actividad internacional empresarial."

As referidas propostas foram agrupadas em três grandes áreas - medidas financeiras e fiscais, medidas comerciais e de imagem e medidas relacionadas com a gestão do talento e das pessoas - que por sua vez se desenvolvem em sete eixos estratégicos:

1. Colaboração entre o sector público e o sector privado.

2. Segmentação das empresas exportadoras por dimensão e fase do seu processo de internacionalização.

3. Enquadramento fiscal favorável à competitividade e a internacionalização das empresas e dos seus gestores.

4. Disponibilidade de recursos financeiros para a internacionalização.

5. Aposta na internacionalização com marca.

6. Promoção e defesa da imagem país.

7. Gerir o talento e contar com as equipas adequadas.

As propostas parecem-me bastante ajustadas à actual realidade económica e empresarial espanhola e às principais tendências da economia e dos mercados internacionais! Cabe agora aos empresários e às várias entidades públicas e privadas espanholas (governo, associações empresariais, câmaras de comércio, bancos, seguradoras, organismos de promoção do investimento e das exportações, entre outras)  envolvidas nesta área a rápida implementação deste plano de acção.



domingo, 20 de maio de 2012

Bélgica, terra de emigração


A Bélgica é, sem dúvida,  um país de emigrantes. De acordo com um estudo realizado pelo Institut Itinera um quarto da população belga tem um familiar estrangeiro.  Nos últimos 10 anos, entraram na Bélgica cerca de 500 000 emigrantes, ou seja 4,5% da população do país, e nos últimos 20 anos cerca de 800 000 estrangeiros adquiriram a nacionalidade belga. A Bélgica acolhe proporcionalemnte mais emigrantes que todos os seus países vizinhos, superando também alguns países tradicionais de emigração como o Reino Unido, EUA ou o Canadá. De acordo com a Eurostat, em 2060, a população belga de origem estrangeira representará entre 30 e 50% da população total do país. Estes factos vão, com certeza, suscitar muitas comentários mas colocam, fundamentalmente, grandes desafios ao nível das políticas públicas de educação, emprego, segurança social, saúde, cultura e até ao nível da politica externa e de desenvolvimento internacional da Bélgica.

sábado, 19 de maio de 2012

Presidência do BERD escapa a alemães e franceses


Pela primeira vez desde a sua função o BERD - Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento vai ter um Presidente que não é nem alemão, nem francês. Um tanto surpreendentemente, o britânico Sir Suma Chakrabarti (na foto), um especialista em questões de desenvolvimento e cooperação internacional, foi eleito, na Sexta-feira,  Presidente do BERD. Na mesma Assembleia Geral do BERD, foi decidido a criação de um fundo especial no valor de mil milhões de euros para apoiar as operações em quatro democracias árabes emergentes: Egipto, Tunísia, Marrocos e Jordânia. Neste quatro países, o BERD vai concentrar a sua actuação "sur le développement du secteur privé, la croissance des petites et moyennes entreprises, l'amélioration des services municipaux, le développement de secteurs financiers stables et l'amélioration des services de fourniture d'énergie". A prazo, o BERD poderá vir a investir cerca de 2,5 mil milhões de euros por ano nestes quatro países, sem diminuir o seu envolvimento nos países da Europa Central e Oriental e na Ásia em que opera actualmente.
Portugal faz parte do grupo de accionistas do BERD e tem um representante na administração executiva da instituição que é  actualmente Abel Mateus (substituiu João Cravinho). O alargamento da intervenção do BERD ao Egipto, Tunísia, Marrocos e Jordânia poderá abrir, a curto-médio prazo, oportunidades claras de negócios para as empresas portuguesas, algumas delas já presentes nos referidos países, sobretudo em Marrocos e na Tunísia.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Depois do Banco Mundial chega agora a vez do BERD escolher o seu próximo Presidente


Depois da recente eleição no Presidente do Banco Mundial, vai ser escolhido, próximos dias 18 e 19 de Maio, o próximo Presidente do BERD-Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, instituição financeira internacional, com sede em Londes. O BERD foi fundado, em 1991, com o objectivo de apoiar a transição para a economia de mercado dos antigos países comunistas da Europa Central e Oriental. Hoje o BERD tem 63 países accionistas, entre os quais Portugal, e alargou a sua intervenção aos países da Ásia Central e mais recentemente também a alguns países do Norte de África e Próximo Oriente, nomeadamente Tunísia, Marrocos, Egipto e Jordânia.

Os candidatos à presidência do BERD são:

- Bozidar Djelic (ex-Vice-Primeiro-Ministro da Sérvia);

- Jan Krzysztof Bielecki (ex-Primeiro Ministro da Polónia);

- Philippe de Fontaine Vive Curtaz (Vice-Presidente do Banco Europeu de Investimento, e de nacionalidade francesa);

- Suma Chakrabarti ("Permanent Secretary" no Ministério da Justiça do Reino Unido);

- Thomas Mirow (actual Presidente do BERD, de nacionalidade alemã).

Diversos observadores têm vindo a abordar a necessidade deste processo ser mais aberto, transparente e baseado no mérito dos candidatos, como, aliás, se chamou também a atenção no caso da eleição para o cargo de Presidente do Banco Mundial. Até agora a presidência desta instituição tem sido dominada pelo Eixo Franco-Alemão, tendo tido 3 presidentes de origem francesa - Jacques Attali/1991-1993; Jacques de Larosière/1991-1998 e Jean Lemierre/2000-2008 - e dois de origem alemã - Horst Köhler/1998-2000 e Thomas Mirow/2008-Até ao presente. Será que é desta vez que o BERD vai ter um Presidente fora do Eixo Franco-Alemão?

Blogue Notas Verbais - Fortissima Diplomacia Económica


Agradeço a referência que aqui  nos faz o Notas Verbais sempre atento às questões da diplomacia económica e comercial. Muito obrigado.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Quem faz a promoção internacional da Comunidade de Madrid?


A PROMOMADRID é a agência da Comunidade de Madrid que tem por missão a promoção económica externa e o desenvolvimento internacional desta Comunidade espanhola. Cada uma das 17 Comunidades autónomas de Espanha dispõe de uma entidade directamente dependente do governo regional e com características semelhantes à da PROMOMADRID. O vídeo que agora apresentamos é uma das ferramentas utilizadas por esta agência para promover o investimento estrangeiro na Comunidade de Madrid. Tem excelente qualidade e é do melhor que se faz, em termos internacionais, nesta área de actividade.

domingo, 6 de maio de 2012

A dimensão económica da Francofonia



No próximo mês de Julho, vai ter lugar, no Québec (Canadá), mais uma edição do "Forum Mondial de la Langue Française", dinamizada pela Organisation Internationale de la Francophonie. Paralelamente a esta iniciativa, vai também realizar-se o "RIFÉ 2012-Rencontre Internationale de la Francophoine Économique" que pretende reflectir sobre as melhores estratégias para a afirmação e reforço da dimensão económica internacional dos países francófonos ou com alguma ligação à francofonia. O programa do "RIFÉ 2012" está muito bem estruturado, conta com um conjunto de excelentes conferencistas e um leque bastante representativo de participantes que se propõem analisar e discutir as seguintes temáticas: "faire des affaires en français"; "développer l’entrepreneuriat francophone"; "structurer les secteurs économiques prioritaires" e "valoriser la francophonie économique". Um evento que nos deve fazer reflectir sobre a  estratégia, o posicionamento e também a dimensão económica de uma outra organização: a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

terça-feira, 1 de maio de 2012

A "nova" Líbia e as oportunidades para a economia da Tunísia


A Líbia pós-Gadaffi pode ter um papel determinante na melhoria da situação económica e social de alguns países vizinhos, sobretudo da Tunísia. Com efeito a situação de instabilidade que a Líbia atravessa tem permitido o crescimento significatico da exportações de produtos tunisinos, sobretudo agro-alimentares, para a Líbia; a presença de 700 000 a 900 000 refugiados líbios tem originado o aumento do consumo interno e a procura de alojamento na  hotelaria tunisina   (a atravessar uma grave crise); e o processo de reconstrução da economia líbia pode trazer, a curto-médio prazo, oportunidades de negócios para as empresas e para os trabalhadores tunisinos que no período de Gadaffi já constituiam uma das principais comunidades emigrantes no país. Para apoiar algumas destas iniciativas, o governo de Tunis, através do Instituto de Promoção das Exportações (CEPEX), acaba de inaugurar uma nova delegação em Benghazi e a principal associação patronal tunisina, UTICA, pretende abrir um escritório em Tripoli de modo a poder apoiar a internacionalização das empresas suas associadas. Estas e outras conclusões, mas também os desafios que se colocam à Líbia e aos seus vizinhos, sobretudo à Tunísia,  constam de um relatório recente do Banco Africano de Desenvolvimento designado por “New Libya, New Neighborhood: What Opportunities for Tunisia?” e que pode ver aqui.

P.S. - Esta crescente interdependência entre as economias líbia e tunisina, a par da proximidade histórica, cultural e linguística existente entre os dois países, pode também trazer oportunidades de negócios na Líbia para algumas das empresas portuguesas instaladas da Tunísia. Estas já conhecem a região, e o respectivo ambiente de negócios, e isoladamente ou em parceria com os seus sócios tunisinos deverão estar atentas à evolução da economia líbia.

Em memória de Victor Cavaco (1968-2011)


Hoje, dia 1 de Maio,  o Victor faria 44 anos. Deixou-nos, em Novembro do ano passado, depois de uma dura luta contra um cancro. Foi muito triste ver partir alguém tão próximo. Como o Octávio aqui recordou, estivemos juntos em muitos momentos e partilhámos vários projectos, desde os tempos da Associação de Estudantes do ISCTE. O Victor deixou-nos uma grande saudade. Até sempre Victor.