segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Le (grand) retour de la politique industrielle?



A politica industrial é um assunto que em França , e nos últimos anos, tem merecido muita atenção por parte dos sucessivos governos, do sector empresarial e dos próprios meios de comunicação social. Porém,   desta vez, o "dossier" da politica industrial francesa está no topo da agenda de vários dos candidatos às próximas eleições presidenciais que se vão realizar neste país em 2012. Como referia há dias o jornal "Le Monde", vários dos candidatos presidenciais têm a vindo a abordar este assunto de forma persistente e assertiva nas suas várias intervenções: "François Hollande (PS) propose un "grand contrat avec l'industrie". François Bayrou (MoDem), "notre urgence, c'est produire". Eva Joly (Europe Ecologie-Les Verts) défend un plan de transition écologique pour une conversion industrielle. Jean-Luc Mélenchon (Front de Gauche) plaide pour un "renouveau industriel et technologique". Marine Le Pen (Front National) entend "réindustrialiser la France". Para alguns observadores, como Jean-Hervé Lorenzi, professeur à Paris-Dauphine, citado pelo "Le Monde,  "...il s'agit de créer un nouveau modèle productif afin de retrouver un avantage concurrentiel par rapport aux pays émergents". Este novo modelo deverá passar também pelo lançamento de medidas de estimulo à expansão das pequenas e médias empresas inovadoras e pela relocalização para França de um conjunto de sectores industriais que há bem pouco tempo se haviam deslocalizado para países emergentes da Europa Oriental, Norte de África e Ásia. Por seu lado, o governo francês, atento a este debate e a este conjunto de preocupações, lançou também no mês passado, e através do Centre D´ Analyse Stratégique, um "paper" designado por "Investissements d'avenir et politique industrielle en Europe (Note d'analyse 236 - Sept. 2011)". Em sintese, face à relevância das próximas eleições presidenciais francesas e ao peso politico de França no contexto da União Europeia este é um debate que tenderá a ganhar maior preponderância e protagonismo no contexto das próprias instituições comunitárias. Por isso, mas sobretudo pelo momento por que passa actualmente a economia portuguesa, não deveríamos também estar a reflectir um pouco mais sobre este assunto?