terça-feira, 30 de março de 2010

África: telecomunicações e "business process outsourcing" (actualização)

Este artigo da The Economist chama a atenção para a relação entre a modernização tecnológica na área das telecomunicações e o desenvolvimento do "business process outsourcing (BPO)" em África, e nomeadamente no Quénia. No caso particular deste país da Costa Oriental africana, os investimentos na área da fibra óptica vão permitir a amplicação da actual oferta de "call centres", a criação de cerca de 120 000 novos postos de trabalho até 2020, segundo estimativas do governo local, para além de trazerem outros efeitos indutores bastante positivos para o resto da economia. No contexto africano, merecem especial destaque os investimentos realizados nos últimos anos na área dos "call centres" em países como a África do Sul, Egipto, Ghana, Senegal, Tunisia e  Marrocos -  no caso destes três últimos países prestando serviços a empresas sediadas, principalmente, em França ("offshore outsourcing") - e até mesmo em Cabo Verde que é normalmente utilizado como plataforma de "outsourcing" para algumas firmas e entidades portuguesas. Veja  aqui o post sobre o estudo "Global Services Location Index 2009" da AT Kearney e aqui um trabalho recente realizado pela empresa de consultadoria alemã IT Consult Gmbh para o CDE - Centre for Development of Enterprise sobre  "The strategy for the offshoring of business processes (Business Process Offshoring) between European and African SMEs".

segunda-feira, 29 de março de 2010

Espanha e EUA (1)

Já antes havíamos aqui  e aqui feito referência ao interesse das empresas espanholas  e das suas élites económicas e empresariais  numa maior aproximação ao mercado dos EUA. Como corolário destes interesses e vontades, os EUA foram, entre Janeiro e Setembro 2009, o primeiro país de destino do investimento directo espanhol no exterior (IDEE), com os investimentos a alcançarem 4 231 milhões de euros e a representarem cerca de 47,8% do total do IDEE. Por outro lado, os EUA são o 2º maior investidor estrangeiro em Espanha, em termos de stock de IDE, com uma presença muito forte nos sectores de maior incorporação tecnológica.
Em termos de comércio externo, os EUA foram, em 2009,  o 6º mercado mundial para as exportações espanholas, e o 1º cliente fora da UE27, estando envolvidas nestas operações de exportação cerca de 14 000 empresas/ano.
Não temos dúvidas em afirmar que parte deste sucesso estará, com certeza, relacionado com o nivel de prioridade politica que o mercado dos EUA tem merecido por parte das autoridades espanholas e com apoio institucional que as empresas do país vizinho têm tido no mercado norte-americano, quer através da rede de "oficinas económicas y comerciales" de Espanha nos EUA (Chicago, Los Angeles, Miami, Nova York, Washington e San Juan de Puerto Rico), quer através dos programas de promoção "Plan Made In/By Spain" e "España, Technology for Life". Refira-se ainda que, por exemplo,  no "Plan Made In/By Spain", e segundo dados do ICEX -Instituto Espanhol de Comércio Externo, estiveram envolvidas, em 2009, cerca de 1 500 empresas espanholas que participaram, por sua vez, em 289 acções de promoção económica e comercial.

sábado, 27 de março de 2010

Mary J. Blige, U2 - One

Leituras: Estudo "O sector cultural e criativo em Portugal"

O Ministério da Cultura promoveu recentemente uma sessão pública para apresentação do estudo “O sector cultural e criativo em Portugal”.
Este trabalho foi realizado pela empresa Augusto Mateus & Associados, na sequência de uma encomenda do referido ministério, e pretendeu avaliar com profundidade a relevância económica do sector cultural e criativo em Portugal.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Fundações "familiares": Fundação Francisco Manuel dos Santos (Portugal) e Fundação Rafael del Pino (Espanha)

A propósito da excelente iniciativa que constituiu o lançamento da PORDATA - Base de Dados de Portugal Contemporâneo realizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, ligada à familia Soares dos Santos  (accionistas de referência do Grupo Jerónimo Martins), lembrei-me de uma outra fundação com características familiares existente em Espanha e que se destaca também pela qualidade das iniciativas que promove. Trata-se da Fundação Rafael del Pino, ligada à familia Del Pino, uma das maiores poderosas familias espanholas que controla, entre outras empresas, o grupo de construção civil e obras públicas Ferrovial. As principais áreas de actuação da Fundução Rafael Del Pino são a formação de dirigentes empresariais,  divulgação cientifica de trabalhos ligados às areas da economia, gestão, direito e e história, oferta de programas de bolsas de estudo e a promoção e defesa do património cultural espanhol.
Dentro destas actividades destaco a relevância dada por esta fundação à cooperação internacional com as melhores escolas de gestão do mundo, sobretudo norte-americanas, que tem permitido a dinamização regular de sessões, designadas por "Conferências Magistrales", sobre temas da actualidade económica e empresarial e dirigidas, sobretudo, a empresários e dirigentes das principais empresas espanholas. O programa de "Conferências Magistrales" foi inaugurado, no dia 18 de Maio de 2001, por Bill Clinton, Presidente dos EUA, e por lá já passaram vários Prémios Nobel da Economia, CEO's de vários multinacionais, destacados politicos e universitários, entre outras individualidades. Na última "Conferencia Magistrale", realizada no dia 23 de Março, participou Richard M. Locke, Vice-Dean do MIT Sloan School of Business. Durante o periodo em que vivi em Madrid tive oportunidade de assistir a algumas destas sessões, graças à atenção do Vicente José Montes Gan, e este é  o tipo de eventos que contribuem para que Madrid seja hoje uma capital moderna, dinâmica e internacional. 


quinta-feira, 25 de março de 2010

As oportunidades decorrentes do acordo comercial UE-Coreia do Sul

Como já aqui fizemos referência, a União Europeia celebrou um acordo de comércio livre ("free-trade agreement") com a Coreia do Sul com vista a facilitar as trocas comerciais entre os países da UE27 e este mercado emergente  de 50 milhões de habitantes e que é, actualmente, a 4ª economia asiática e a 13ª economia mundial. Atentos às oportunidades criadas com este acordo, que permitirá a eliminação de cerca de 97% do total de tarifas aduaneiras para as empresas da UE e uma poupança anual de 1,6 mil milhões de euros em taxas e direitos aduaneiros, o governo do Reino Unido, através da UK Trade & Investment, realizou um estudo do mercado coreano e concluiu que este "free-trade agreement" permitirá gerar cerca de 500 milhões £ de novos negócios para as empresas britânicas.

Finlândia define programa de promoção internacional para as industrias criativas

A FINPRO é a agência finlandesa de promoção das exportações e da internacionalização que foi  considerada, em 2006,  pelo International Trade Centre como "The Best of the Best TPO (Trade Promotion Organization)" e "The Best TPO From a Developed Country". No inicio deste ano, a FINPRO lançou um ambicioso programa de apoio á internacionalização das industrias criativas, pois consideram que " the creative economy has a significant role in raising Finland's national competitiveness".

terça-feira, 23 de março de 2010

Espanha: nova lei define prazos para pagamentos a fornecedores entre 30 e 60 dias até 2013

O Congresso dos Deputados de Espanha aprovou hoje a chamada "Ley de Morosidad" que vem fixar prazos máximos de  60 días para os pagamentos das empresas privadas  aos seus fornecedores e de 30 dias para o caso dos pagamentos a serem efectuados pelos organismos públicos, estabelecendo um periodo transitório, em ambos os casos, que se prolongará até 2013. Até agora, e segundo a "Plataforma Multisectorial contra la Morosidad", entidade que reúne diversas associações empresariais espanholas, o prazo médio de pagamentos entre empresas é de 98 dias e de 139 dias para o caso das operações envolvendo instituições públicas. Segundo a "Plataforma", "...la aprobación de la reforma es un hito histórico y representa una de las decisiones más importantes tomadas por el Congreso en los últimos años", que vem permitir uma poupança de cerca de 10 000 milhões de euros para as empresas espanholas.

Governo norte-americano lança "National Export Initiative"

A administração Obama lançou no passado dia 11 de Março uma medida considerada histórica designada por "National Export Initiative" que tem por objectivo a duplicação das exportações norte-americanas nos próximos 5 anos e a consequente criação de 2 milhões de novos empregos. No âmbito desta medida foi criado um "Export Promotion Cabinet", na dependência directa do Presidente Barack Obama e composto, entre outros,  por 5 membros da sua administração ("Secretary of State", "Secretary of the Treasury", Secretary of Agriculture", "Secretary of Commerce" e "Secretary of Labor"), que vai ter  responsabilidades de execução e de acompamento das seguintes principais iniciativas:

" (a) Exports by Small and Medium-Sized Enterprises (SMEs). Members of the Export Promotion Cabinet shall develop programs, in consultation with the TPCC, designed to enhance export assistance to SMEs, including programs that improve information and other technical assistance to first-time exporters and assist current exporters in identifying new export opportunities in international markets.

(b) Federal Export Assistance. Members of the Export Promotion Cabinet, in consultation with the TPCC, shall promote Federal resources currently available to assist exports by U.S. companies.

(c) Trade Missions. The Secretary of Commerce, in consultation with the TPCC and, to the extent possible, with State and local government officials and the private sector, shall ensure that U.S. Government-led trade missions effectively promote exports by U.S. companies.

(d) Commercial Advocacy. Members of the Export Promotion Cabinet, in consultation with other departments and agencies and in coordination with the Advocacy Center at the Department of Commerce, shall take steps to ensure that the Federal Government's commercial advocacy effectively promotes exports by U.S. companies.

(e) Increasing Export Credit. The President of the Export-Import Bank, in consultation with other members of the Export Promotion Cabinet, shall take steps to increase the availability of credit to SMEs.

(f) Macroeconomic Rebalancing. The Secretary of the Treasury, in consultation with other members of the Export Promotion Cabinet, shall promote balanced and strong growth in the global economy through the G20 Financial Ministers' process or other appropriate mechanisms.

(g) Reducing Barriers to Trade. The United States Trade Representative, in consultation with other members of the Export Promotion Cabinet, shall take steps to improve market access overseas for our manufacturers, farmers, and service providers by actively opening new markets, reducing significant trade barriers, and robustly enforcing our trade agreements.

(h) Export Promotion of Services. Members of the Export Promotion Cabinet shall develop a framework for promoting services trade, including the necessary policy and export promotion tools."

Como nota final sobre esta medida de apoio à internacionalização das empresas norte-americanas, e nomeadamente de promoção das exportações, não podemos deixar de salientar a preponderância que é dada às pequenas e médias empresas, quer através da criação de programas de apoio informativo e de assistência técnica aos "first-time exporters", quer do reforço do acompanhamento aos exportadores actuais na procura de oportunidades em mercados internacionais.


Fundos Soberanos: a Intervenção do Fundo da Noruega em Espanha

Já antes aqui e aqui havíamos chamado a atenção para a importância da intervenção dos fundos soberanos na economia internacional. Ontem, o El País destaca, num artigo já mencionado no Notas Verbais, a intervenção em Espanha do Fundo da Noruega, o segundo maior fundo soberano do mundo, apenas superado pelo Fundo do Abu Dhabi.
O Fundo da Noruega tem um património de 328 000 milhões de euros, equivalentes a um terço do PIB espanhol, e já investiu em Espanha cerca de 18 204 milhões de euros, dos quais 6 676 milhões de euros em empresas cotadas na Bolsa de Madrid e o restante valor em títulos emitidos por empresas e organismos públicos. Entre as empresas espanholas  participadas pelo Fundo da Noruega, num universo de 77 firmas ou grupos empresariais presentes na Bolsa de Madrid,  contam-se o Banco Santander (1,62% do capital), Telefónica (1,7%), BBVA (1,59%), Iberdrola (1,54%), Repsol (1,47%) e a Inditex (0,78%). Porém, em nenhum caso a participação deste Fundo supera os 3% do capital das empresas, o que obrigaria a uma comunicação formal à entidade de supervisão da bolsa, pelo que a presença accionista desta entidade tem sido bastante discreta e "silenciosa".

segunda-feira, 22 de março de 2010

IKEA no metropolitano de Paris

Veja aqui a singular campanha de marketing que o IKEA está a realizar em Paris, usando quatro estações do metropolitano desta cidade francesa (via Freshome).

sexta-feira, 19 de março de 2010

Perfume & Rui Veloso - Intervalo

A crescente "militarização" da ajuda externa norte-americana


Fonte: William Easterly and Laura Freschi, All U.S. aid by recipient, 2004-2008, O.E.C.D. data

 
A ajuda dos EUA continua a ser fortemente condicionada e influenciada pela estratégia militar e de defesa deste país, conforme se constata da leitura do gráfico em anexo da autoria de William Easterly e Laura Freschi. As posições e as quotas detidas pelo Iraque e pelo Afeganistão, e em menor grau pelo Egipto, Colômbia e Jordânia, confirmam a cada vez mais preponderância dos três D's - desenvolvimento, diplomacia e defesa - na politica de cooperação e desenvolvimento internacional das últimas administrações norte-americanas como é aqui muito bem analisado.

Câmara de Comércio Polónia-Portugal comemora 2º Aniversário



Como já aqui referi a Câmara de Comércio Polónia-Portugal (CCPP), sediada em Varsóvia e dirigida por Pedro Pereira da Silva,  veio dar um forte impulso ao reforço das relações económicas e comerciais entre estes dois países e contribuiu decisivamente para o aumento da visibilidade e da notoriedade de Portugal na Polónia. No corrente mês de Março, a CCPP comemorou o seu 2º aniversário tendo nesse âmbito dinamizado um conjunto de actividades que culminaram com a realização, no dia de ontem, de um jantar de gala, em Varsóvia, onde participaram diversas personalidades da vida política e empresarial dos dois países. Pelo trabalho até agora realizado a CCPP é, sem dúvida, um caso de sucesso do associativismo empresarial português no exterior num mercado de elevado potencial e dinamismo, mas ainda relativamente "recente" para os investidores nacionais.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Leituras: "50 Things You Don’t Know About Africa"

"50 Things You Don’t Know About Africa:

a) The largest population in SSA is 151.3 million in Nigeria; the smallest is 0.1 million in Seychelles.

b) Cape Verde receives the highest net ODA per capita ($438.2); Nigeria receives the lowest ($9.5).

c) In Guinea-Bissau, the agriculture value-added as percentage of GDP is 51.5 percent; in Botswana it is 1.6 percent.

d) In Seychelles, 92 percent of women are literate; the figure is 13 percent for Chad and 15 percent for Niger.

e) Cape Verde has the highest gross enrolment rate in secondary education (90 percent); Niger has the lowest (11 percent).

f) Women in national parliament total seats are the highest with 56.3 percent in Rwanda and the lowest with 1.8 percent in Sao Tome and Principe. (MDG 3)."


Veja as restantes "Things You Don’t Know About Africa" no web site do World Bank.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Jornalistas "abandonam" Bruxelas

O número de jornalistas estrangeiros acreditados junto das instituições comunitárias, em Bruxelas, está a diminuir de forma bastante significativa. De 1300 jornalistas em 2005, passou-se para cerca de 750 jornalistas em 2010. Entre as causas apontadas por alguns observadores para esta situação, encontram-se a crise internacional que tem afectado duramente as empresas de comunicação social,  a fiscalidade belga que é referida como bastante penalizadora para os jornalistas expatriados e o "fraco" desempenho da 1ª Comissão Barroso (2004-2009) que supostamente terá originado um decréscimo do interesse dos cidadãos pelos assuntos europeus. E com isto, Washington consolida, ano após ano, a sua posição como primeiro grande polo jornalistico internacional.

Inditex soma e segue

A multinacional espanhola Inditex, o maior grupo mundial no sector da moda (detentor das marca Zara, Pull & Bear, Bershka, Stradivarius e Oysho), apresentou esta semana as contas referentes ao ano de 2009, tendo alcançado resultados muito positivos, apesar da crise internacional: a facturação superou os 11 000 milhões de euros, mais 7% que no ano anterior, e foram atingidos resultados líquidos positivos de 1.314 milhões de euros (mais 5% que em 2008).
Na base desta deste sucesso está a actividade internacional da Inditex que representou 68% das vendas totais da empresa (mais 2% que em 2008). Neste momento, esta empresa possui 4 607 pontos de venda, em 74 países, e o plano de expansão internacional prevê a abertura entre 365 e 425 novas lojas, das quais cerca de 98% serão localizadas em 46 países (a Ásia terá um quota de de 40%).
As vendas no Continente Europeu representaram 46% do volume total de negócios e merece especial destaque o reforço que foi efectuado da presença do grupo Inditex na Rússia (37 estabelecimentos) e na Polónia (34 estabelecimentos). Para 2010, está prevista a entrada em novos mercados, nomeadamente na Bulgária, Índia e Cazaquistão, e o lançamento de uma loja “on line” da Zara, uma das marcas do Grupo Inditex, nos mercados de Espanha, Portugal, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
A estratégia deste grupo empresarial é um “case study” que deveria ser estudado e seguido com mais atenção por algumas empresas portuguesas, sobretudo as que operam na fileira da moda. Com efeito, a Inditex, liderada por Amancio Ortega, soube ultrapassar um conjunto de diversas adversidades, relacionadas com a sua integração num sector económico dito "tradicional", ter sido criada numa das regiões mais desfavorecidas de Espanha (Galiza) e ter origem num país que não tinha associada uma grande notoriedade na área da moda (ao contrário, por exemplo, de França ou de Itália), definindo, na altura certa, um plano de expansão internacional num grupo de mercados de elevado potencial para a oferta da empresa.

terça-feira, 16 de março de 2010

Polónia prossegue politica de organização de grandes eventos internacionais

Depois da candidatura da cidade de Wroclaw à organização da Expo 2012, derrotada na fase final do concurso pela cidade sul-coreana  de Yeosu e da aposta na co-organização com a Ucrânia da Fase Final do Campeonato Europeu de Futebol de 2012,  a Polónia prepara-se, agora, para apresentar uma proposta, em conjunto com a Eslováquia, para a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026. Como se constata, estes exemplos revelam a existência de uma estratégia clara, e diríamos eficaz, das autoridades de Varsóvia - sobretudo no período logo após a adesão à União Europeia -na dinamização de grandes eventos internacionais como forma de promoção  e de reposicionamento da imagem externa do país e de rápida transformação e modernização dos equipamentos desportivos e das várias infraestruturas do país (estradas, auto-estradas, rede de caminhos de ferro, aeroportos, hotéis, restauração, etc..). 

Chegou a vez do Vietname? (Actualização)

A Comissão Europeia (CE) anunciou, recentemente, a abertura de negociações com o Vietname com vista à celebração de um acordo  de comércio livre ("free-trade agreement")  - semelhante aos que já assinou com a Coreia do Sul, Perú e Colômbia - que permita a abertura de novos mercados para as empresas da UE27. Entre as áreas identificadas pela CE como apresentando oportunidades de negócios para as empresas europeias contam-se, entre outras, os bens de equipamentos, alguns produtos da fileira alimentar e os produtos farmacêuticos, havendo, todavia, necessidade de existir especial atenção nas negociações sobre os sectores têxtil/confecções e calçado. Ontem, o governo português condecorou, em Lisboa,  com a Comenda da Ordem de Mérito o treinador de futebol Henrique Calisto, seleccionador nacional do Vietname, pelo contributo para a "projecção da imagem de Portugal" e como "catalisador dos nossos interesses interesses económicos, sociais e culturais" neste país asiático. Estará na altura de se olhar com outra atenção para esta importante economia asiática de 86 milhões de consumidores e  que tem apresentado, nos últimos anos, taxas de crescimento do PIB bastante significativas?

P.S. - Dias depois de colocar este post "apanhei" esta noticia referente à organização por parte do ICEX- Instituto Espanhol do Comércio Externo de umas jornadas de cooperação económica e comercial hispano-vietnamitas que terão lugar, entre dias 22 e 24 de Março, nas cidades de Hanoi e Ho Chi Minh e que contarão com a participação de 22 empresas espanholas. Em tempos também já haviamos comentado o interesse espanhol neste mercado.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Uma Europa a 4 velocidades?

O Paulo colocou este interessante post sobre as perspectivas internacionais, em termos geográficos,  para a entrada e saída da crise mundial. Na Europa, e em parte contrastando com a situação observada em outros Continentes, as dinâmicas económicas no conjunto dos países europeus terão 4 velocidades: "In recession", "Moderating", "Recovering" e "Expanding".

quinta-feira, 11 de março de 2010

The New Entrepreneur: Research Review


Turismo continua a atrair investidores internacionais para o Brasil

O Brasil continua a suscitar um forte interesse enquanto destino de eleição para os investimentos no sector do turismo, sobretudo neste periodo que antecede a organização por este país da Fase Final do Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 . Desta vez, é o importante grupo canadiano Four Seasons que está a analisar o mercado brasileiro com vista a construir um hotel no Rio de Janeiro, um hotel em São Paulo e um resort na praia. Idêntica estratégia de internacionalização tem vindo a ser implementada por alguns grupos turísticos portugueses (Dom Pedro, Pestana, Porto Bay e Vila Galé, entre outros) na sequência, fundamentalmente, do forte impulso que foi dado ao investimento português no Brasil durante os governos de António Guterres.

quarta-feira, 10 de março de 2010

DFID Bloggers

O UK Department for International Devolopment, organismo do governo inglês responsável pelo apoio à cooperação e ao desenvolvimento intenacional, aloja no seu site um conjunto de blogues de funcionários desta organização que estão colocados no estrangeiro e que nos trazem as suas vivências, experiências e reflexões sobre a evolução económica e social dos seus países de expatriamento. Uma iniciativa bastante interessante que merece ser acompanhada por quem se interessa pelas questões do desenvolvimento internacional.

terça-feira, 9 de março de 2010

Jorge Palma - Encosta-te a Mim

Empresa chinesa faz frente a multinacionais de equipamento desportivo

A ofensiva comercial de empresas chinesas nos principais mercados internacionais está a chegar a todos os sectores de actividade e cada vez mais aos segmentos superiores do mercado. Desta feita, a empresa Li Ning, especializada em roupa e equipamento desportivo de gama alta, com cerca de 7500 pontos de venda na China, cotada na bolsa de Hong Kong e com um Centro de I&D em Portland (EUA), pretende fazer frente às principais marcas internacionais deste sector (Adidas, Nike, Puma e Reebok), sobretudo nos mercados europeu e asiático. Em Espanha, a Li Ning tem prevista a abertura, ainda este ano, de uma cadeia de lojas próprias e já é um dos patrocinadores oficiais do Comité Olímpico Espanhol. Ainda a propósito da China, veja aqui este interessante artigo da revista Business Week sobre a forma como gerir parcerias em mercados como a China e a India.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Português eleito "Young Global Leader' 2010"

O World Economic Forum (WEF) acaba de publicar a lista de 197 personalidades seleccionadas como "Young Global Leaders' 2010". Cada ano, o WEF elege um conjunto de homens e mulheres, com idade inferior a 40 anos,  tendo por referência "their professional accomplishments, commitment to society and potential to contribute to shaping the future", e entre os "Young Global Leaders" deste ano conta-se um português: o empresário Stephan Morais, CEO da empresa de mobiliário TemaHome. Em Espanha, o World Economic Forum elegeu Carme Chacón, actual Ministra da Defesa, e Carlos Berrabés, Presidente da empresa Berrabés Consul Holding Group.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Olival: sector de aposta para investimentos dos grandes grupos empresariais espanhóis?

De acordo com este artigo do jornal “Expansión”, a aposta no cultivo de oliveiras para produção de azeite é um das novas apostas dos grandes empresários espanhóis como forma de diversificação dos seus investimentos, depois de durante anos as atenções terem estado viradas para a produção de vinhos.
Como exemplo desta tendência, são apontados os investimentos da família Del Pino, uma das mais poderosas famílias espanholas, proprietária do Grupo Ferrovial, em olivais espanhóis e portugueses e o interesse de alargaram esta actividade para países do Norte de África, Chile, Argentina, EUA, Austrália e até mesmo China. A actualmente, a Innoliva - empresa participada pela família Del Pino, Caixa Catalunya e MRA – possui a maior carteira de olivais da Península Ibérica (cerca de 5 000 hectares de terrenos), mas se vier a concretizar-se a aquisição por parte da Sovena (Grupo Jorge de Mello) dos activos da SOS (aproximadamente 10 000 hectares), a empresa portuguesa tornar-se-á o maior “player” ibérico neste sector, segundo refere o “Expansión”.
Deste artigo há a reter três aspectos que nos parecem bastante interessantes: (1) a importância dos grupos empresariais de base familiar na economia espanhola de que os Del Pino, como os Entrecanales (accionistas do grupo Acciona), são um caso paradigmático; (2) a crescente relevância e atenção que está a ser dada aos sectores agrícola e agro-industrial, e nomeadamente ao cultivo de oliveiras e à produção de azeite e de vinhos, como áreas de atracção de novos investimentos por parte dos grandes grupos empresariais espanhóis; (3) e a existência de um grupo empresarial português com uma posição de liderança na Península Ibérica (quantos mais existirão nesta posição?) e com uma forte presença nos principais mercados internacionais (possui, por exemplo, 80% do capital da East Coast Olive Oil, o maior importador e embalador de azeite nos EUA).